Quando as pessoas nos procuram é frequentemente por dor nalguma região do corpo, principalmente lombar ou cervical. Na nossa avaliação do caso clínico encontramos claros sinais de stress crónico que se manifestam inclusivamente nos músculos e articulações, sistema músculo-esquelético.
Claramente encontramos uma marcada tensão e rigidez nos músculos da face, pescoço e ombros (trapézios), por vezes mesmo dolorosos à pressão e com contracturas; a respiração é sobretudo torácica (a nível do peito) e muito superficial, em vez de abdominal, profunda e tranquila; os movimentos do tronco são limitados, com a pessoa a revelar alguma incapacidade para se movimentar em toda a amplitude articular e sem sensação de limitação. Quando palpamos os tecidos sentimos que a sua textura é de congestão de fluidos, de dificuldade de deslizamento uns sobre os outros, de pouca elasticidade e até de alguma irritabilidade fácil ao toque e à pressão. A dor ou desconforto surge em pontos muito concretos e a pressão mínima.
A não ser pela dor, a pessoa não consegue ter perceção destas alterações o que torna mais difícil avaliar-se a si própria a ponto de saber quando procurar ajuda ou fazer algo por si. O motivo por que o corpo ‘enrijece’ com o stress crónico e afeta sobretudo a cervical e lombar é por este despoletar uma ativação contínua do sistema nervoso simpático, responsável pela resposta de defesa do corpo fugindo ou lutando. Para se poder fugir ou lutar é necessário que a musculatura dos membros superiores e inferiores, nomeadamente ombros e ancas, esteja bastante ativa. A nível da cervical a ativação do sistema nervoso simpático leva a um adiantar da cabeça em relação ao tronco, à subida dos ombros e a uma atividade elevada dos músculos da mastigação. A respiração fica mais rápida para poder, juntamente com o aumento do batimento cardíaco, fornecer sangue enriquecido de nutrientes às estruturas que permitem a ação de fugir ou lutar.
Na nossa abordagem embora comecemos sempre pelo tratamento físico, para diminuir a dor e mal-estar físico, não é suficiente para ajudar a pessoa de forma duradoura. Daí termos diversas avaliações e estratégias para levar a pessoa a compreender o que se passa com o seu corpo, mas também para o fazer sair do stress cónico.




