Praticamente toda a gente ouviu falar de Placebo. Normalmente é utilizado como argumento para desvalorizar e desacreditar terapêuticas menos convencionais.

Praticamente toda a gente ouviu falar de Placebo. Normalmente é utilizado como argumento para desvalorizar e desacreditar terapêuticas menos convencionais. De uma forma muito simples, o Placebo é o termo que define uma característica do ser humano, em que a expectativa de algum efeito benéfico na nossa saúde, pode levar de facto à melhoria da saúde. No fundo é o reconhecimento que a crença, enquanto fenómeno psicológico, é um gatilho poderoso de saúde. Ao contrário de uma grande porção de terapêuticas convencionais, este efeito é mesmo real. Enquanto clínicos, quem nos dera controlar este efeito, seria muito mais fácil ajudar quem precisa. E se as pessoas dominassem esta capacidade e a usassem em seu benefício, então a sua vida dispensaria muito provavelmente a esmagadora maioria de intervenções clínicas e seríamos todos muito mais saudáveis. Mas o problema não está no Placebo, está no Nocebo. Deste é que quase ninguém ouviu falar.

O Nocebo é o efeito oposto e ocorre frequentemente nos consultórios de quem mais deveria ajudar. Quando se visita um clínico que nos diz algo do género (e estes comentários são reais, acontecem mesmo e com muita frequência): ‘A sua coluna não é de uma pessoa com 40 anos, mas sim de 80 anos!’. O Nocebo pode funcionar mesmo com um olhar esquivo do clínico, um franzir do sobrolho ou um tom de voz mais negativo. Se a pessoa não tiver conhecimento sobre como o corpo funciona ou se não tiver clínicos positivos, conhecedores e atualizados com quem se possa aconselhar está mais sujeitas a pagar o preço do Nocebo.

Eduque-se, aprenda como ser saudável, não deposite o seu bem-estar exclusivamente nas mãos de clínicos ou amigos. Procure informação, questione, desafie o conhecimento estabelecido, porque até prova em contrário só temos esta vida para vivermos saudáveis.