O principal músculo da respiração é o diafragma. Há livros inteiros sobre a sua anatomia e função, não são em relação à respiração, mas também à sua relação com o estado emocional e na conexão entre mente e corpo. O diafragma é um músculo que tem se situa abaixo dos pulmões e acima dos órgãos abdominais.

Tem a forma de um para-quedas, de uma abóbada, côncava no sentido do abdómen. De uma forma muito simples, quando se inspira ele aplana-se, abre e desce na direção da bacia empurrando para baixo as estruturas abdominais. Quando os órgãos não conseguem descer mais e continuam a ser pressionados por cima pelo diafragma só conseguem deslocar-se para a frente, por isso na inspiração o abdómen projeta-se para a frente. Na expiração o efeito é o oposto, o diafragma sobe e torna-se mais côncavo.

A respiração profunda diz respeito a este fenómeno de movimento abdominal descrito acima, porém é comummente confundida com uma inspiração longa, em que se enche o peito ao máximo. A respiração profunda para além do seu efeito de massagem abdominal tem vários outros efeitos a nível do sistema nervoso. Ao ser realizada de forma pausada, tranquila, com inspiração relativamente metade do tempo de uma expiração, vai informar o cérebro que está tudo bem. E quando ele recebe esta informação produz um conjunto de substâncias que vão fazer o corpo sentir-se bem e repousado. O meio de comunicação deste fenómeno, entre o cérebro e o diafragma, é o nervo vago, que tem origem na região posterior do cérebro e viaja por todo o corpo.

Se o diafragma for impedido por razões mecânicas (falta de elasticidade, rigidez torácica, pressão intra-abdominal excessiva, etc.) ou pela ansiedade, por exemplo, a aplanar-se, o ‘para-quedas’ não abre e as consequências negativas manifestam-se. E são muitas!

Para obter diversos efeitos de bem-estar e de saúde em geral é muito importante ter, ao longo do dia, esta respiração tranquilizante, abdominal. É fundamental para melhorar a qualidade de vida, baixar a frequência respiratória, respirando pausadamente e de forma ao abdómen insuflar como um balão na inspiração e recolher na expiração. Para se conseguir isso, é necessário que nalguns momentos ao longo do dia se tome consciência da respiração, para poder ser ativada da forma descrita.