O SARS-CoV-2 é um vírus que deve ser levado seriamente. A forma agressiva com que interage com o ser humano, afetando sobretudo as pessoas que têm um sistema imunitário debilitado, pela idade ou por qualquer condição clínica, diagnosticada ou não, torna-o num dos maiores desafios da humanidade. Quantas vidas irá ainda levar? Mas não é o único vírus devastador que está a circular.
O ‘vírus’ arrasador da economia já está ativo. Em todos os países a que chega, ao fim de algum tempo devido às medidas de contenção, como isolamento social, o vírus leva ao colapso do sistema económico. Vamos ver o estado em que os países e as famílias vão ficar após a sua infeção e quanto tempo vai levar a recuperar até alcançar o nível em que se estava anteriormente. Quantas vidas e expectativas irá destruir?
Há um terceiro ‘vírus’, igualmente perigoso, que já está a causar danos severos. A curva de infeção atinge máximos todos os dias. Tem uma taxa de reinfeção quase a 100%, ou seja, a pessoa nunca chega a curar-se, ao mínimo descuido é reinfetada. Será muito difícil alcançar imunidade de grupo. Neste momento já atingiu muito mais pessoas que o mais famoso vírus do momento. As nossas autoridades ainda não anunciaram quaisquer medidas de apoio, nem os serviços de saúde estão minimamente preparados para lidar com esta ameaça. Atinge pessoas de todas as idades, mesmo em vida gestacional.
A sua virulência deve-se a vários fatores:
– Facilidade de transmissão. Não há isolamento físico que o trave, nem equipamentos de proteção individual. Dissemina-se pelas redes sociais e canais de comunicação; em conversas entre pessoas, pela expressão facial ou tom de voz;
– Invasão agressiva e implacável – atinge o indivíduo imediatamente e em tempo real, não tem tempo de incubação, perturbando os centros de comando onde se encontram as capacidades do ser humano;
– Infeção insidiosa e subtil – penetra totalmente disfarçado em formas quase impossíveis de detetar, na forma de humor, de notícia relevante, de acontecimento que suscita curiosidade, de informação crítica.
O centro da sua atuação é o sistema de segurança do ser humano. Provoca o caos total, ativando os mecanismos de proteção do organismo que entra em modo de fuga ou luta, como se de uma ameaça física real se tratasse. Em casos severos desliga e imobiliza totalmente a pessoa. Quando o sistema de defesa é afetado desta forma, a pessoa fica incapacitada, sem sequer ter a consciência disso. Quando se é infetado perde-se praticamente o acesso às capacidades de autocontrolo, de resolução de problemas, de manter um estado tranquilo e produtivo, e a regeneração e recuperação física ficam comprometidas. O sistema imunitário fica progressivamente mais debilitado. Não há medicação eficaz e muito menos haverá alguma vez uma vacina.
O ‘vírus’ que se está a falar é o produto da sobrecarga psicoemocional decorrente do isolamento social, da privação de rotinas, de alteração de hábitos, do colapso da economia, da incerteza quanto ao futuro, da mudança de expectativas de vida e da sobrecarga de informação negativa. O resultado desta combinação é a ansiedade e o stress crónico e configura clinicamente um quadro de trauma. Logo num momento tão crítico para a nossa saúde, em que a capacidade de sobreviver ao vírus SARS-CoV-2 está totalmente dependente da capacidade do sistema de defesa da pessoa e da sua capacidade de recuperação, é que estamos sujeitos a um ‘vírus’ que os desliga.
Várias comunicações irão ser feitas para guiarmos as pessoas no combate deste último ‘vírus’. O controlo da ansiedade é determinante e pode ser feito através de rotinas de vida saudável e minimização do stress crónico, de forma entusiasmante e divertida!